Saturday, October 30, 2021

Quem sou?

Recuperei a senha do meu blog, 2021. Quanta coisa mudou, quem sou? QUEM SOU? Pergunta perdia, solta no ar. Mãe-esposa-trabalhadora-estudante. Quem sou? Agora já não sei mais. Hora vou, hora quero ficar. Quase no final acho que vou descobrir o quem sou. No final descubro quem fui.

Monday, June 24, 2013

Caminho longo ou doce ilusão?

Não é novidade para ninguém (rs) que sou militante estudantil desde o Colégio. Muitas vezes cortei a minha própria carne para tentar legitimar direitos de pessoas que precisavam.
Foquei parte do meu conhecimento na crítica a judicialização de direitos e ativismo judicial.
Quando criança vivenciei a luta de minha mãe contra o câncer de mama e constatei: sem o plano de saúde ela teria ido (morrido) bem mais cedo.
Fato é que desde então quis fazer o máximo possível para ajudar as pessoas conseguirem o que elas tinham de direito.
Entretanto, sou humana, e chegou uma hora que cansei.
Não pelas pessoas, mas pelos acontecimentos.
Sim, desde 2011 parei de militar, parei com tudo.
Eu acreditava, sinceramente, que as pessoas que se mobilizavam para os protestos eram poucas. Fazíamos pouco barulho, até academicamente falando.
O que adiantava 5-4 gatos pingados escrevendo, gritando, ajuizando ações e sem conseguir exito?? Aquilo era doentio. Sofríamos com a impossibilidade de ajudar.
Sem falar que atingia diretamente meus objetivos, levei 2 bombas bancas de mestrado - já na fase oral - porque acreditavam que meu posicionamento crítico acerca da judicialização era, apenas, uma crítica sem força.
"Você acha que escrever sobre isso vai fazer alguma mudança no futuro". Disse uma pessoa na banca do Mestrado.

(desabafo.)rs

Pois bem, até onde vamos? Até onde devemos ir para conseguir a famosa legitimação de direitos?
No final do ano passado, 2012, resolvi, então, mudar meu objetivo.
Acreditem, comecei a estudar fontes renováveis e fazer contatos com alguns Professores de Engenharia Elétrica para tentar escrever algo sobre a legislação, com foco em direito comparado, para uso de energia nuclear (barata, leve e de alto potencial energético)...
Após seis meses lendo diversos artigos, jogando fora todos os esboços possíveis..eis que me deparo com a convocação virtual para manifestação do Passe Livre (em São Paulo).
Justamente na semana quebrei meu pé - quinto meta alguma coisa - e não posso, sequer, pisar no chão.
Foi um sinal (rs).
Sinceramente, no momento pensei "quantas vezes recebi convites como esse...".
Me surpreendi.
Fiquei impressionada com os acontecimentos.
E pensei. "Inacreditável".
Milhares de brasileiros foram as ruas: brancos, pretos,amarelos, pardos, católicos, protestantes, héteros, gays, idosos, jovens, crianças...
A luta pela redução da passagem passou a ser a luta por qualquer tipo de manifestação.
Não vou entrar em detalhes das manifestações, pretendo apenas resumir meu sentimento.
Não acredito que o povo acordou, acredito que o povo perdeu o medo.
Todo mundo já estava indignado, revoltado mas só pequenos grupos iam para as ruas.
E aí, aquele meu sentimento de largar tudo, abandonar tudo...acabou.
Fiquei muito feliz de saber que não estava "sozinha".
Observar as manifestações, já que não podia sair de casa, me trouxe um sentimento de nostalgia e de felicidade.
Aquela menina que desde 16 anos manifestava contra a corrupção,contra a privatização da saúde, educação gratuita para todos, contra a necessidade de judicialização dos direitos fundamentais sociais, transbordou de alegria e renasceu.
Luto, principalmente, pela eficiência dos direitos.
Luto pela saúde pública completa e gratuita.
Luto pela disponibilização de moradias para aqueles que vivem em condições mínimas de sobrevivência.
Luto pela dignidade da pessoa humana.
É só olhar para o lado e você verá pelo menos uma pessoa que precisa da eficiência dos serviços públicos.
Um exemplo é o SUS.
Grande parcela da população, inclusive com a qual convivo diariamente, sequer possui condições de pagar o plano de saúde.
Como pode uma pessoa que ganha 622 reais pagar uma fatura mensal de 959,63 reais de plano de saúde??
No mundo real não existe essa possibilidade, existe SUS.
O SUS - que tanto estudei para escrever minha monografia e meu artigo sobre a possibilidade do MS para fins de concessão de medicamentos - é bom, sim.
O problema do SUS é que funciona bem para algumas coisas e funciona extremamente mal para outras.
Questões relativas a diagnósticos e exames de alta complexidade são muito difíceis para se conseguir no SUS.
Aliás, tudo novo é difícil no SUS.
Então, me digam, como legitimar o direito à saúde - universal e indisponível - de uma pessoa que precisa de um medicamento que não está na lista do SUS?
Pela Judicialização. Um absurdo.


O que quero dizer é simples. Nossos direitos fundamentais estão claros na Constituição da República desde 1988.
Estamos em 2013 e milhares de pessoas moram e morrem nas ruas/não possuem acesso digno a saude (meu teclado está sem crase)/não possuem transporte digno/ educação de qualidade dentre outros direitos.

Nossos direitos estão postos mas não eficientemente legitimados.

O caminho é longo, sim.
Mas não é ilusão, nem utópico.


Depende apenas de foco, orientação e voz. Vamos nos ORGANIZAR e mostrar para o mundo que o Brasil não e o país do futebol, mas sim o país da dignidade.

E isso não tem nada ligado ao V de Vingança #ficaadica

Foto:noticias.uol

Tuesday, May 21, 2013

A escolha de Angelina


Estava um dia desses pensando sobre a situação vivenciada pela atriz hollywoodiana Angelina Jolie, após declarar publicamente a realização da mastectomia profilática diante.

Triste, foi o que pensei na hora e angustiante o que pensei depois, visualizando os fatos.

Eu perdi minha mãe quando ela tinha 27 anos após anos de luta contra um infernal câncer de mama. Minha bisavó morreu antes dos 50 anos da mesma doença e minha avó aos 72 foi diagnosticada com a doença. Sou neurótica, confesso, vou diversas vezes por ano consultar com minha mastologista. Faço diversos exames anualmente e já retirei 5 nódulos denominados fibradenoma (benignos).

Por anos venho questionando minha médica sobre a possibilidade de fazer o tal exame e a mastectomia profilática. Por anos venho evitando fazer o exame de sequenciamento genético que detecta a possibilidade de você ter ou não o câncer de mama, ou qualquer outro tipo de doença. Entro em colapso, as vezes morro de vontade de fazer outras quero apenas esquecer.

Angelina Jolie possuía 85% de ter câncer de mama, por causa de um defeito no gene BRCA1. Com a mastectomia agora tem apenas 5% de chances .

Fato é que todos nós temos 50% de chance de morrer agora, ou amanhã, ou de câncer, ou de tosse, ou de frio, ou de calor. Fato é que todos nós temos 50% de qualquer coisa. Essa escolha é única e individual e não vou entrar no mérito da escolha da atriz.

Vou entrar no mérito das falas específicas de "auto-ajuda" e incentivo moral.

Uma pessoa que pode ter o que quiser na vida, pode inclusive fechar uma área de hospital e pagar o quanto quiser em um exame extremamente caro, deveria se colocar no lugar dessas também. Já que tornou público todo acontecimento para poder permitir que as mulheres tenham acesso a testes genéticos e tratamento preventivos.
Além disso a Atriz em seu artigo manifestou que não podemos ter medo do que podemos ter controle.

CONTROLE? Desde quando 5% de chance é ter controle? Dizer ao mundo que o câncer é controlável é a mesma coisa de dizer que somos detentores do poder de não termos doença alguma.

Não sou pessimista, mas é que o impacto da manifestação da Atriz foi estrondoso.

Pessoas procurando consultas especializadas, pessoas desesperadas por não ter o acesso que a Atriz tem, informações cruzadas e picadas.

Por todos os cantos do mundo a repercussão da atitude de Angelina foi propagada e a pergunta que faço é: ficou uma angústia maior?

Afinal, grande parte da população não tem sequer acesso a exames básicos laboratoriais, imagine só um que custa entre 7 - 10 MIL REAIS?

Os Governos não dão conta de matar a fome das pessoas e lutam por políticas públicas que pretendem dar assistência básica (quase de sobrevida) as pessoas. No próprio Estados Unidos da América o sistema de saúde é totalmente condicionado a situação financeira da pessoa.

É muito penoso isso. Ouvi e li muitas coisas.

“Que é ótimo estimular o debate”. “Que as pessoas vão começar a cobrar seus governos”. “Que as pessoas tem que começar a fazer os tais testes”.

Mas me digam onde isso é tão acessível para a população carente? Onde você pode entrar em um hospital e sair de lá com uma escolha que você quer fazer?

Ora, no mundo encantado do faz de conta as pessoas chegam no hospital e falam: “Senhor, eu tenho possibilidade de ter câncer. Quero fazer a cirurgia e você vai fazer, ok?”.

No mundo real existem pessoas nos corredores dos hospitais sem condições de fazer exames básicos. Pessoas brigando na justiça com seus convênios ou com o Poder Público para conseguirem simples e urgentes diagnósticos.

Não, não fiquei chateada com a declaração da Angelina. É ótimo ela se cuidar, pensar no futuro.

Achei simplesmente angustiante incentivar pessoas que não podem ter o acesso a esse tipo de tratamento.

Acredito que a melhor escolha teria sido se Angelina terminasse seu texto no momento em conta o motivo pelo qual fez a mastectomia.

Eu também, Angelina, vi minha mãe morrer - aos 27 anos - por causa de câncer. Eu também, Angelina, tenho filho.

Eu também, Angelina, tenho medo de morrer. Você Angelina terá 5% de chances apenas de ter câncer de mama, isso é muito bom.

Da próxima vez, Angelina, lembre-se das outras pessoas que tem 51% e que não tem os recursos que você tem.

Angelina, a vida vem com muitos desafios e temos que encarar TODOS.


Tuesday, May 14, 2013

Liberato

O fim.
Existe um sopro de esperança.
Existe uma luz que guia meu futuro.
Existe o medo.
Existe a cor.
Existe a vida.
Sim, existe a vida.

O meio.
A longa linha surge.
O passo dado é cada vez maior.
E nesse ponto desconstruo.
Desloco, mudo e pontuo.
É um pássaro que está longe.
É o frio que não quer passar.
Mas quando olho é tudo que quero ter.

O início.
Um dia me fiz curar.
Então me refiz viver.
Então me refiz lutar.
Um dia nasci para tudo.
E depois fiz renascer outro tudo.
Não sei mais como posso.
Nesse mundo.
Sem chão.
Como posso?

@yeskarol.






Wednesday, August 11, 2010

verl.

Resolvi "re"ativar o blog...não porque eu tenha as mesmas idéias que me fizeram ativá-lo, mas por plena vontade de simplesmente "dizer".

Atualmente estou em uma linha de fogo: vivacidade processual ou amor ao público?
Que tal apresentarmos uma opção processual-constitucional??

Confessor que estou tentanto me localizar no ambiente jurídico.

É incrível quanto nossa legislação é banal em alguns momentos e tão gloriosa em outros.

Por outro lado vem o processo, não digo "o" processo como andamento processual...digo a teoria do processo..me encanta.

E o cidadão? Onde fica?

No meio.

Sim.... no meio.


Agora eu digo: onde EU fico?

verl.

Tuesday, September 09, 2008

Tempo fora


Realmente passamos por momentos em que o passo largo, fica sempre para trás.
Não se trata de confusão. Trata-se de experiência.
É nessas horas que vejo o quanto mudei.

O tempo vai tão depressa que as vezes não consigo acompanhar, por vezes detalhei algo diferente daquilo que realmente se tratava. Por vezes acertei com uma vontade de errar.

Hoje, depois de todo este tempo...voltei.
Hoje, depois de todo este tempo...fortaleci.
Hoje, depois de todo este tempo...fiquei feliz.

E assim, caros colegas... termino este post... na certeza que continuarei.

Tuesday, September 04, 2007

Hurt

by Johnny Cash


I hurt myself today
to see if I still feelI
focus on the pain
the only thing that's real
the needle tears a hole
the old familiar sting
try to kill it all away
but I remember every
thingwhat have I become?
my sweetest friend
everyone I knowgoes away in the end
and you could have it all
my empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt

I wear this crown of thorns
upon my liar's chairfull of broken thoughts
I cannot repair
beneath the stains of time
the feelings disappear
you are someone else
I am still right herewhat have
I become?
my sweetest friend
everyone I knowgoes away in the end
and you could have it allmy empire
of dirtI will let you down

I will make you hurt
if I could start againa million miles away
I would keep myself
I would find a way