Saturday, November 18, 2006

Aprender


Das duas uma:
1. Das cinzas ao vento.
2. Do sentimento as circunstâncias.

Só sei que 3 é exceção.
Hj tá difícil de escolher....!

Thursday, October 12, 2006

Considerações: lutas e sociedade

Considerações: lutas e sociedade

Não é de hoje que lutamos para exigir condições dignas de vida, para exigir que nossas garantias fundamentais sejam respeitadas, que haja solidariedade etc. Mas somente somo ouvidos quando somos organizados e políticos, quando conhecemos as realidades e temos consciência de nossas ações.
Os movimentos sociais não são simples inspirações de pessoas que pensam utopicamente em condições dignas para elas e para todos, mas são fruto de uma unificação de pessoas que defendem direitos de todos e que lutam, bravamente, pelo que consideram justo. A maioria dos movimentos sociais criticam a realidade cruel do mundo capitalista e seus reflexos no mundo, o que cria uma rivalidade com grandes e importantes personalidades – tanto física quanto jurídica. Assim, muitas vezes estes movimentos são muito criticados e rechaçados.
Não vou, por hora, falar dos movimentos sociais que conheço e das críticas feitas a eles. Fico aqui por fazer uma pequena análise da importância da movimentação organizada com ênfase no social que é fundamental para estruturar uma sociedade democrata e pluralizada.
A pluralidade dos movimentos instiga novas buscas por ações sociais, ajudam a olharmos um problema social de vários pontos de vistas. Mais que um dever de todos é um direito respeitar e ser respeitado pela sua pluralidade – tanto de idéias quanto de realidades. Democracia é o regime político resultante de várias buscas do homem, desde o seu Estado Social ele se torna consciente do seu espaço da sua participação, para se tornar conhecedor da sua realidade e lutar pelo que objetiva, porém antes de mais nada, democracia é sinônimo de participação social e é assim que realizamos as nossas vontades e vontades de todos.
Acredito que somos realizados a partir de que conhecemos as realidades e sabemos o que é mais importante. Organizados podemos priorizar as importâncias e lutar pela eficiência dos nossos direitos. A vida é repleta de erros, de acertos e de responsabilidades, para que ela seja harmoniosamente vivida é preciso saber o que é nosso direito, nosso dever – saber o por que temos direitos e deveres – é preciso buscar nossa identidade social e lutar para a realidade ser a melhor possível. Movimente-se.



Anna Karoline Pacheco Teixeira – karolpacheco@gmail.com
Mais uma coluna publicada no site http://www.turmadodin.com.br

Wednesday, September 06, 2006

A ponte


Quando estava cursando Lógica Jurídica na faculdade o professor pediu para que escrevessemos uma história falaciosa inspirado no texto "O amor é uma falácia" do M. Sulman.

"A ponte" foi o textoque escrevi e entreguei ao professor...espero que gostem (é um pouco bobinho e muuuito falacioso rsrsrs)

A Ponte

O grande mistério do mundo deve ser o mistério de que não há mistério. Não sei se é destino, mas a minha vida mudou por causa de uma ponte. Foi à ponte que me fez pensar como seria mais feliz se eu tivesse o dom de falar a verdade.
Sou moralista, adoro ver televisão, acredito em jornais, não leio muito e me limito a minha profissão que, aliás, não é a melhor, mas ganho uma boa grana nela. Como vivo sozinho acreditava que não precisava de mais nada a não ser uma boa cerveja gelada e uma televisão ligada o dia inteiro.
Ali, perto do consultório médico que vou todos os dias trabalhar, na Rua 39 foi imposto um desvio para contornar cinco quarteirões e o meu trajeto mudou todo, o motivo do desvio foi uma rachadura na Ponte Barbacena. Foi por isso que comecei a passar pela Avenida Itapuimi e, por causa do horário, ficava preso no engarrafamento uns quinze minutos.
Logo pensei, não vou fazer este retorno que as placas estão sugerindo porque todo mundo vai fazer, prefiro passar pela Avenida Itapuimi e esperar quinze minutos do que chegar atrasado meia hora no serviço, fato é que eu nunca havia passado pelo retorno que as plaquinhas sinalizadoras indicavam simplesmente havia imaginado um engarrafamento maior.
No primeiro dia na Avenida Itapuimi, veio um menino ao meu lado sussurrando alguma coisa. Achei que ia me assaltar e disse:
-Pode levar tudo, de menos o carro. – fiquei pensando o quanto eu odiava esses marginaizinhos.
- Ô doutô eu não vou te roubar não, estou te oferecendo uma balinha pro senhô comprar na minha mão, só dois reais, estou morrendo de fome, minha família está morrendo de fome, somos pobres, marginalizados, ignorante...
- Tá!!!! Já entendi. Não precisa implorar quanto é mesmo a bala?
- Só três reais.
- Você não disse que era dois?
- E senhô disse que não sabia não, viu?
Acabei levando a tal balinha por dois reais e cinqüenta centavos, o que me pareceu mais um roubo não declarado. Assunto extremamente negociado, calculado. O que me irritou foi à esperteza do rapaz, confesso. Mentira, o que fiquei mais irritado foi com aquele semi-dialeto que engolia os “erres” e sabia exatamente os cifras.
No outro dia, no mesmo engarrafamento, o diabólico menino marginalizado e negociador de balas surgiu ao meu lado, desta vez ele começou o diálogo.
- E aí doutô, vai uma balinha de caramelo aí?
- Ah, você novamente. Não obrigado, hoje eu não quero – disse decidido.
- Poxa vida cara, o senhô não vai ajudar minha família não? Olha como eu me visto e o senhô todo de ternu, gravatinha e com um carrão desses. O que o senhô faz?
- Gostou da minha roupa? Anos de estudos, universidade e tudo mais. Eu... – hesitei – eu... sou médico! Psiquiatra.
- Que bom, meus pais queriam que eu fosse médico, cirurgião. Assim eu evitava da minha família ter que pagar médico, é tudo muito caro e a gente mora no barracão.
- Nossa, na favela?
-E os caras querem me matar, porque tenho que levar dinheiro e se não levar é bum!!!!!!! – disse o garoto com uma expressão de medo.
Naquela hora meu coração parou. Fiquei frio e imaginei a situação daquele pobre infeliz, vendendo bala para não morrer. Pobre garoto.
- Qual é o seu nome?
- Doutô meu nome é Jão Marcelo. Mas pode me chamar de Marmelo. E o seu?
- Meu nome é Augusto Frosse. Mas pode me chamar de Doutor Augusto Frosse. Gosto que me chamem assim.
- Pois é doutô Augusto Frosse. Todos os meninos na favela são iguais a mim, porque não moram em lugares de luxo e ninguém tem condição de ser feliz.
- É mesmo? Que pena. Graças a Deus eu não tive esse problema. Quanto é a balinha mesmo?
- É três reais, aumentou porque eu preciso levar mais dinheiro. O senhô “intendi”, né? – o maldito garoto me olhou com uma expressão de muito sofrimento.
- Entendo sim – disse muito triste pela situação do garoto – Eu quero a caixa toda. Quanto dá tudo?
- 25 reais.
Peguei o único dinheiro que tinha na minha carteira, que anda sempre vazia porque nunca tenho dinheiro, nem para comprar minha cervejinha, ganho muito pouco. Foi incrível, durante uma semana passava todos os dias ali e o pentelho nunca deixou de me chamar de “Doutor Augusto Frosse”. Estabeleci um grande diálogo. Fiquei sabendo que ele morava somente com a mãe e sete irmãos. Não ia para escola para ter o que comer, um dos irmãos era deficiente físico e outro tinha sido contaminado por um vírus letal. Todos os dias comprava balas e mais balas para ajudar o tal garoto.
Foi quanto tudo começou a ficar claro. Tínhamos nos tornado amigos, ele me contava piadas eu contava as minhas a ele. Depois nos tornamos quase irmãos dei carona até uns quarteirões para ele e conversávamos sobre o Clube Atlético Mineiro e o Cruzeiro. Então vi que nossa relação era mais que isso eu era o pai e ele o filho. Dei um par de roupas para ele e ele me deu um cartão de dia dos pais. Era Agosto e nunca tinha recebido um cartão de dia dos pais.
Dois meses se passou e a ponte não havia sido concertada. Eu já nem torcia para ela ser concertada, já que iria me forçar a passar pela Rua 39 novamente. Depois de dois meses tudo se tornou, infelizmente, claro.
Para começar, não sou médico. Sou motorista, um bom motorista daqueles que pega o carro antes para pegar o patrão. Bem, tem um fundo de verdade nessa história: sou motorista de uma clínica médica. O carrão lindo e discreto não é meu, mas da clínica eu trabalho.
No último dia em que vi o Marmelo o Doutor Olívio Marcio Pinto, médico cardiologista e meu chefe, não fez plantão. Após buscar o Doutor em sua casa, ele me pediu para que o levasse a clínica. Nunca tinha feito isso, ido buscar o Doutor em sua casa. Achei aquilo tudo um abuso de autoridade por parte daquele médico, eu trabalho para a clínica e não para ele.
De tão acostumado não fazer o retorno, passar pela Avenida e em seguida conversar um pouco com Marmelo nem pensei na hipótese de que o garoto poderia descobrir que eu era motorista, mesmo com o Doutor no carro. Dito e feito:
- E aí Marmelo, como você tá filho? – Falava com um carinho e respeito pelo garoto.
- Vou bem Doutor – Depois de um tempo Jão começou a parar de engolir os “erres” de Doutor e senhor.
- Tem almoço para hoje?
- Tenho sim senhor. Vou ter que vender umas balinhas.
Foi quando ouvi um grito, dentro do carro, que ecoou em minha cabeça, deu volta no quarteirão todo e quase me deixou surdo.
- ROBERTO MARCIO o que o senhor faz aqui, vestido deste jeito. Motorista, abra essa porta imediatamente.
- Roberto Márcio? – Perguntei para o Doutor
- Esse menino é meu filho! – Disse o médico saindo do carro.
- Não senhor esse menino é um pobre mendigo que não tem o que comer!
- Você é motorista? Um simples motorista? – perguntou Marmelo ou Roberto, essas horas eu nem sabia mais quem ele.
Meu dia parou. Depois disso o Dr. Olívio correu até Marmelo que também corria. O Pegou pelos cabelos sujos e o empurrou até o carro. Eu morrendo de ódio me senti enganado por um moleque problemático, filhinho de papai e rico. Ele não ia à escola, fugia para vender balas e enganar as pessoas. Algum problema desses de cabeça.
Aquele menino que trouxe alegria para minha vida era um farsante mirim. Um medíocre farsante mirim. E eu um medíocre farsante adulto. Não sei o problema que Marmelo tinha ou tem. Só sei que sinto falta de conversar com ele no engarrafamento matutino e com cheiro das fumaças de carro.
Sou um idiota, passado para trás. Me sinto idiota por tê-lo passado para trás. Hoje a Ponte Barbacena já foi concertada. Roberto Márcio, ou Marmelo para os íntimos, está internado em uma clínica psiquiatra. Eu estou sozinho com uma latinha de cerveja na mão e contando a minha história para vocês.

Tuesday, August 29, 2006

Penso, igual ele pensa



Penso, igual ele pensa

Cada dia que passa a atitude é submissa aos olhos sociais, isto é o indivíduo se torna cada vez mais individualista. Ser individualista para muitos é até uma questão de praticidade, afinal olhar para si e esquecer da realidade é sinônimo de leveza de espírito. Aqui, é claro, vale a regra da exceção.
O homem, seguido de uma linha cronológica, passou por várias mudanças e continua em eterna mutação. Com o teocentrismo, na idade medieval, Deus era visto como ser absoluto e a tradição era conseqüência de escritos da sagrada escritura. Mais tarde com o antropocentrismo, na idade média, houve um despertar do homem a submissão da Igreja, revoluções em busca da racionalidade, da legitimidade de certas verdades reconhecidas por razões, até então, metafísicas e uma grande dúvida ordenada para se construir uma nova filosofia.
Hoje, após vários séculos, a tão famosa frase dita por René Descartes: “Penso, logo existo” – Cogito ergo sum - se transformou em uma, grande baderna da vida privada. Se todos existem logo todos pensam, mas e se todos existem por pensarem iguais aos outros, o que somos? Alguém pensa alguma coisa original mente? Embaracei tudo? Não, meus caros, hoje a sociedade é repleta de conceitos nada originais, que foram inseridos a partir de um contexto capitalista, a modernidade entrou em crise de espírito e o auge do corpo, em ter um porte igual a determinados padrões se mescla com a falta de bom senso.
Com as práticas capitalistas, vigora uma indústria que se move para produzir um grande espetáculo de dependência. As pessoas são restritas a aspectos que, sem nenhuma razão, irão classificá-la como digna serem aceitas socialmente. A sociedade que até então buscava formas de pensamento para explicar fundamentos existentes, se limita a um mar de valores, extremamente antiquados.
Engana-se quem pensa que estar na moda é ser verdadeiro, perspicaz e atual. Seguir tendências puramente ditadas são costumes, extremamente, conservadores que por sua vez, mostram uma postura ultrapassada, mais do que o próprio significado de ultrapassada.
Bom, por mais denotações que existam da palavra “original”, temos que pensar que nada é novo. Talvez a grande resposta, para as buscas incessantes de várias verdades, na idade média, seja porque muita coisa era mal fundamentada. Atualmente a maioria do que temos, ao contrário do tempo dos antropocentristas modernos, é muito esclarecido e compreendido. Por estas questões não posso ser tão radical a ponto de condenar severamente atos “pops” que, reconheço, são inerentes da cultura pós-moderna.
Por fim, a única coisa que aqui ressalto e condeno, é a carência que as pessoas têm em dizer, vestir e fazer o que realmente querem. Em um mundo com disposições tão evoluídas e com pensamentos tão livres, legalmente assegurados, porque não há pessoas francas com elas mesmas?
Uma das formas mais importantes de se adquirir direitos é tomar atitudes necessárias e que partem da própria vontade. É preciso, abrir espaço para a comunidade humana, através de um grande diálogo, ser mais autêntica, mais sincera e através de consensos não serem mais ditatoriais e conservadoras.

Mais uma coluna publicada no site http://www.turmadodin.com.br
Anna Karoline Pacheco Teixeira – karolpacheco@gmail.com

Foto: Festa brega!!

Monday, August 21, 2006

Moralidade??

Kohlberg escreveu sobre a teoria de julgamento moral.
Concordo.


Fico pensando...
Será que temos o direito de influenciar, moralmente, na vida dos outros.
Ainda mais se a minha moral for diferente da sua? Acho que não, hein.



Coisa pra se pensar, né?
Bom assunto para escrever....

Saturday, August 19, 2006

Enquanto isso na sociedade brasileira

Enquanto isso, na sociedade brasileira...


Digamos que o sistema é desmantelado: muitos policiais corruptos, muitos políticos corruptos, muitas leis com enormes falhas, muita violência, muitas dúvidas do que deve ser fazer, muitas mazelas sociais. Desde que o Brasil é Brasil, a sociedade brasileira se transformou em todos os sentidos, porém com tanta dificuldade de lidar com as situações que englobam o cotidiano de uma “nação desigual”, o nosso tão saudoso país esta, intimamente, envolvido com todos os tipos de crises.
Todos os fatores que tornam o sistema brasileiro falido trazem a tona contextos que vão desde a entrada dos portugueses no país até mesmo a situação manipuladora da mídia brasileira aos brasileiros. Assim, uma sociedade desigual cada vez mais é educada para aceitar a desigualdade. Em vez de a população gritar um basta contra violência, coloca grades em suas casas, em vez de cobrarem mais justiça e paz, se tranqüilizam com a morte de um delinqüente por um policial, que é corrupto. Em vez de ajudar a população com menos recursos com projetos sociais ou até mesmo com a utópica solidariedade, há a situação dos mendigos e as grandes favelas se alastram no Brasil.
A grande questão não é discriminar as grandes doenças sociais, não é simplesmente dizer que “existe um bandido, ele é um transtorno social, portanto um problema do estado”, ao reconhecer o problema à sociedade tem que pressionar e cobrar os direitos que os detêm para eliminar aquela circunstância. A sociedade brasileira, assim como muitas outras sociedades no mundo, está se tornando cada vez irregular, diferente e heterogênea. Não há respeito nem pela cultura alheia, há vários blocos de descriminalização. Multiplicam-se os guetos e multiplicam-se as injustiças.
A sociedade brasileira que luta cada dia por um regime democrático, com um dos sistemas eleitorais mais modernos do mundo, não sabe respeitar nem a opção sexual de um outro indivíduo, não respeita os mais velhos, se matam por brigas de convívio, se individualizam e se tornam monstruosos narcisistas.
Todo este problema, enraizado nos atos históricos brasileiros, está tão vivo, porque a sociedade não se educa (em todos os sentidos), não há investimento na educação, não há conscientização familiar, não há vínculos sociais, não há respeito...
O maior problema social não é o fato de uma sociedade heterogênea, até porque uma sociedade completamente igual é um ideal social-utópico – tão sonhado, tão desejado, mas que não faz parte do sistema atual – mas o maior problema é a falta de cumplicidade entre as diferenças, a falta de uma harmonia entre as partes, a falta de um acordo para minimizar ou acabar com as crises e o término das mazelas sociais.
Enquanto o ideal social igualitário se torna cada vez mais longe de ser tornar real, enquanto o mundo se esforça para manter a paz contratual, enquanto a sociedade se distancia em grandes muros de condomínios fechados e grandes favelas com vistas para o mar; as pessoas se tornam vazias e se alienizam da verdadeira sociedade em que vivem. Enquanto isso, na sociedade brasileira às pessoas pensam...pensam e se deixam influenciar pelo o que vai se tornar mais agradável para elas e não o que é mais justo.

Por: Anna Karoline Pacheco Teixeira – karolpacheco@gmail.com
Esta coluna foi, anteriormente, publicada no site: www.turmadodin.com.br

Monday, August 14, 2006

Conversa de botas batidas


- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- A gente só queria um amor
- Deus parece às vezes se esquecer
- Ai, não fala isso por favor
Esse é so o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho
Prepara uma avenida
Que a gente vai passar
- Veja você, quando é que tudo foi desabar
- A gente corre pra se esconder
E se amar se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar
Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem
Diz quem é maior
Que o amor
Me abraça forte agora
Que é chegada a nossa hora
Vem vamos além
Vão dizer
Que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela
Vai cair *


* Los Hermanos

Sunday, August 13, 2006

Me diz se assim é que se vive


Me diz se assim é que se vive

A vida é assim, formada por enormes momentos reflexivos misturados aos sentimentos e as ideologias. Somos frutos de uma imensa obstinação e buscamos sempre o melhor, muitas vezes não o melhor coletivo, mas sim individual. Geram-se enormes grupos de angústias e vontade de se sentir vencedor fazem dizermos ou fazermos coisas que, inexplicavelmente, fogem do nosso controle e assim fracassamos o sentimento social humanitário e deixamos monstruosas lacunas de solidariedade pairando ao nosso lado.
Sentimentos como esses fazem esta época do ano ser uma grande hipocrisia de cunho humanitário. Não sei por que existem pessoas que passam o ano inteiro ultrapassando os limites da ignorância e que em algum instante, talvez por questões religiosas ou capitalistas, praticar a solidariedade instantânea, que por sua vez só falta vir em embalagem de 250 gramas. É incrível a capacidade que se tem de não ligar para nada o ano inteiro, fingir que só existe uma pessoa no mundo ,que a vida é feita só para esta e na época “natalina” começar a desejar felicitações de um novo mundo que vem chegando.
Feliz ano novo, pessoal! Que 2006 seja o melhor ano possível! Como eu gostaria de acreditar nisso, talvez eu possa ser extremamente feliz, mas só no ponto de vista egocêntrico. É maravilhoso realizar todos os sonhos ou ter uma vida que tanto quer, talvez conseguir aquela promoção esperada ou passar no vestibular; mas o que se fazer quando percebermos que nada mudou ao nosso redor? Violência fruto de um interminável mundo de desigualdade, miséria, mortes por falta de higiene, epidemias, fanatismos...
Somos uma sociedade extremamente necessitada, como em pleno século XXI ainda tem gente morrendo por não ter o que comer e outras pessoas que têm ilhas e ilhas particulares para passarem férias e pegar um solzinho? Como desejar um feliz 2006 para um e desejar que o outro continue longe da sua casa, ali na favela? Ainda mais, rezando para que ele não roube o seu som que custou R$1000? É tanta hipocrisia ter um tênis que custa mais que um salário de um trabalhador que fica 8 horas trabalhando para dar os filhos o que comer. É tão contraditório e inaceitável!
Vivemos em uma época extremamente fútil, com valores impregnados de uma cultura itinerante e vazia. Não temos valores e se temos somos ridicularizados e questionados. Compramos milhões de presentes para dar a pessoas que não temos nenhum tipo de afeto ou se temos compramos somente para ter algo em troca, e o triste é que são raríssimas as exceções. O mais triste de todo ano é chegar no final dele e dar sorrisos e felicitações a um mundo que especula livremente o que é felicidade sem saber o que é solidariedade e humildade.
Deste modo a reflexão se faz necessária e urgentemente aclamada. Passamos por momentos difíceis e podem ter certeza que a vida é boa porque há momentos difíceis com grandes superações. E é neste espírito de mudanças que a vida ressurge a cada momento, em nós mesmos e em outros. Que a vida seja mais que meras complicações individuais, que haja solidariedade e virtuosos momentos de felicidades, são os meus votos a vocês.


Anna Karoline Pacheco Teixeira – karolpacheco@gmail.com
Coluna publicada no site http://www.turmadodin.com.br

Friday, August 11, 2006

Sintonia..
















Viva a imaginação...
E a liberdade de expressão,
Veja e pense o que quiser.
* Com uma dosagem política...claro!!!!

(Fotos:
Karol em ritmo de aniversário.
Bolo de aniversário)

Tuesday, August 08, 2006

O vento









O VENTO
Los Hermanos

Posso ouvir o vento passar
Assistir a onda bater
Mas o estrago que faz
A vida é curta pra ver
Eu pensei: que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar
Um século, um mês
Três vidas e mais
Um passo pra trás
Por que será?
Vou pensar
Como pode alguém sonhar
O que é impossível saber
Não te dizer o que eu penso
Já é pensar em dizer
Isso eu vi, o vento leva...
Não sei mais
Se tu quer, como sonhar?
Que o esforço pra lembrar
É vontade de esquecer
E isso porque diz mais
Se a gente já não sabe mais
Rir um do outro meu bem
Então o que resta é chorar
E talvez, se tem que durar
Vem, renasce do amor dentro de lágrimas
Um século, três
Se as vidas atrás
São parte de nós
E como será?
O vento vai dizer lento que virá
E se chover demais
A gente vai saber
Claro de um trovão
Se alguém depois sorrir em paz
Só de encontrar

Wednesday, August 02, 2006

Considerações

Considerações sobre a legitimidade da política social no Brasil

Se fossemos levar em conta toda a politicagem existente no nosso país e a relação direta com o nível de pobreza, as anomalias sociais, o sentimento esperançoso de ressurgir um novo mundo com melhor qualidade de vida para população desapareceria. Um país que em 506 anos sofre um enorme massacre social em que a própria sociedade se acorrenta ao medo e as disparates sociais aumentam precisa, urgentemente, mudar de atitude. No Brasil colônia a raça regia a situação social a cor era mais que uma simples pigmentação da pele, você era considerado como coisa ou não por ela, também era a carta de convívio com o mundo a fim de melhores condições para viver. No Brasil imperial ou você era rico ou miseravelmente pobre. Hoje em pleno auge da tecnologia ou você paga por um pão ou morre na rua pedindo um. Como há de se convir, pouco mudou. Este resultado é fruto da falta de políticas públicas e da falta de legitimidade destas políticas no país, antes de tudo da deficiência de educação da população ao sentimento alheio. A legitimidade da política social no Brasil se junta aos montes de descasos e implicações da triste história de desigualdade no país e muitos consideram que uma política autônoma de combate à disparidade social, que seja eficaz, ainda não existe. Fato é que existe uma luz no fim do túnel que começa a se consolidar adjuntos de Programas Sociais sem vínculo com Estado, é o papel das Organizações Não Governamentais, associações sem fins lucrativos e projetos de iniciativa privada que cada vez mais se fortalecem. As ONGs estão fazendo o papel do Estado, ajudando e trabalhando para construir um mundo que todos sonhamos em viver. São Organizações que tem fins de cunho social e que não economizam quando o assunto é ajudar, dar apoio, ensinar e trazer a realidade de uma vida mais digna a um mundo que é esquecido durante três anos e aparentemente achado em “divinas” épocas eleitorais. Existem também algumas Associações que fazem parte de tristes histórias de pessoas humildes cuja dignidade foi retirada por estarem sem nenhuma condição de viver. Associações, projetos e iniciativa privada estão ajudando a construir uma realidade de inclusão de cultura, inclusão digital, oficinas e muitas outras atividades simples que dão um novo rumo à vida de muita gente. Crer em uma realidade que amedronta a população e fazer com que essa seja refém de uma realidade aparentemente apaziguadora (como os grandes condomínios de classe média alta com todo um esquema de segurança e um mendigo que mora debaixo da ponte) contradiz com a liberdade de ir e vir, pensar e falar... Para que lutamos para sermos livres e temos medo de andar com o vidro do carro aberto? Para que lutamos por melhores condições de vida se trabalhamos no sinal aos 5 anos de idade para ter o que comer? Para que lutamos pelos nosso pão de cada dia sendo que na vitrine tem uma roupa que custa mais que um ano de trabalho meu? Quantas discrepâncias a mais irão existir para um basta na hipocrisia social? Talvez os utópicos socialistas estavam em torno do mesmo sonho que me persegue, o sonho de uma realidade, ao menos, igualitária; senão justa. No Portal Uai[1] uma matéria avisava “Brasil levará 304 anos para ter igualdade de país rico”, talvez muitos pensem e podem até comprovar isto, mas será que queremos nos igualar a eles, ou melhor será que eles são tão igualitários assim? Será mais fácil dizer que a voz da sociedade brasileira irá mudar a própria realidade brasileira, ao menos basta sonhar e persistir com o discurso da nova realidade feita pela própria nação através de políticas públicas de interesse de todos e com a ajuda de todos.


Anna Karoline Pacheco Teixeira - karolpacheco@gmail.com
Mais uma coluna minha publicada no site : http://www.turmadodin.com.br/

[1] Brasil levará 304 anos para ter igualdade de país rico – 23/01/06 – Fonte: http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/bbc/213427.html

Monday, July 31, 2006


Somos seres,
Malditos seres,
Com poeiras pelo chão.
Pobre homem, tão miserável.
Solitário e em pedaços.
Somos frios, quem sabe místicos.
Cheios de cores mil.
Amamos sempre correr no frio.
Outro livro sem ti em si.

Thursday, July 20, 2006

Fim de férias.















Fotos tiradas agora...tédio total!

Estava tão doida para ter férias...que agora quero voltar para a faculdade!
Dá para entender????
Afff...

Wednesday, July 19, 2006

Fernando Pessoa


XXXII
Ficções do interlúdio/1 - Poemas Completos


"Ontem à tarde um homem das cidades
Falava à porta da estalagem.
Falava comigo também.

Falava da justiça e da luta para haver justiça,
E dos operários que sofrem,
E do trabalho constante, e dos que têm fome,
E dos ricas, que só têm costas para isso.

E, olhando para mim, viu-me lágrimas nos olhos
E sorriu com agrado, julgando que eu sentia
O ódio que ele sentia, e a compaixão
Que ele dizia que sentia.

(Mas eu mal o estava ouvindo.
Que me importam a mim os homens
E o que sofrem ou supõem que sofrem?
Sejam como eu - não sofrerão.
TODO O MAL DO MUNDO VEM DE NOS IMPORTARMOS UNS COM OS OUTROS, QUER PARA FAZER BEM, QUER PARA FAZER MAL.
A nossa alma e o céu e a terra bastam-nos.
Querer mais é perder isto, e ser infeliz.)

Eu no que estava pensando
Quando o amigo de gente falava
(E isso me comoveu até as lágrimas),
Era em como o murmúrio longínquo dos chocalhos
A esse entardecer
Não parecia os sinos duma capela pequenina
A que fosse à missa as flores e os regatos
E as almas simples como a minha.

Louvado seja Deus que não sou bom,
E tenho o egoísmo natural das flores
E dos rios que seguem o seu caminho
Preocupados sem o saber
Só com florir e ir correndo.
É essa a única missão no Mundo,
Essa - existir claramente,
E saber fazê-lo sem pensar nisso.

E o homem calara-se, olhando o poente.
Mas que tem com o poentequem odeia e ama?"

Saturday, July 15, 2006

www.turmadodin.com.br

Escrevi essa coluna no site www.turmadodin.com.br *


Não é de hoje que lutamos para exigir condições dignas de vida, para exigir que nossas garantias fundamentais sejam respeitadas, que haja solidariedade etc. Mas somente somo ouvidos quando somos organizados e políticos, quando conhecemos as realidades e temos consciência de nossas ações.
Os movimentos sociais não são simples inspirações de pessoas que pensam utopicamente em condições dignas para elas e para todos, mas são fruto de uma unificação de pessoas que defendem direitos de todos e que lutam, bravamente, pelo que consideram justo. A maioria dos movimentos sociais criticam a realidade cruel do mundo capitalista e seus reflexos no mundo, o que cria uma rivalidade com grandes e importantes personalidades – tanto física quanto jurídica. Assim, muitas vezes estes movimentos são muito criticados e rechaçados.
Não vou, por hora, falar dos movimentos sociais que conheço e das críticas feitas a eles. Fico aqui por fazer uma pequena análise da importância da movimentação organizada com ênfase no social que é fundamental para estruturar uma sociedade democrata e pluralizada.
A pluralidade dos movimentos instiga novas buscas por ações sociais, ajudam a olharmos um problema social de vários pontos de vistas. Mais que um dever de todos é um direito respeitar e ser respeitado pela sua pluralidade – tanto de idéias quanto de realidades. Democracia é o regime político resultante de várias buscas do homem, desde o seu Estado Social ele se torna consciente do seu espaço da sua participação, para se tornar conhecedor da sua realidade e lutar pelo que objetiva, porém antes de mais nada, democracia é sinônimo de participação social e é assim que realizamos as nossas vontades e vontades de todos.
Acredito que somos realizados a partir de que conhecemos as realidades e sabemos o que é mais importante. Organizados podemos priorizar as importâncias e lutar pela eficiência dos nossos direitos. A vida é repleta de erros, de acertos e de responsabilidades, para que ela seja harmoniosamente vivida é preciso saber o que é nosso direito, nosso dever – saber o por que temos direitos e deveres – é preciso buscar nossa identidade social e lutar para a realidade ser a melhor possível. Movimente-se.


Anna Karoline Pacheco Teixeira - karolpacheco@gmail.com

Resposta


"sem mais eu fico onde estou..
prefiro continuar ..distante"