Wednesday, August 02, 2006

Considerações

Considerações sobre a legitimidade da política social no Brasil

Se fossemos levar em conta toda a politicagem existente no nosso país e a relação direta com o nível de pobreza, as anomalias sociais, o sentimento esperançoso de ressurgir um novo mundo com melhor qualidade de vida para população desapareceria. Um país que em 506 anos sofre um enorme massacre social em que a própria sociedade se acorrenta ao medo e as disparates sociais aumentam precisa, urgentemente, mudar de atitude. No Brasil colônia a raça regia a situação social a cor era mais que uma simples pigmentação da pele, você era considerado como coisa ou não por ela, também era a carta de convívio com o mundo a fim de melhores condições para viver. No Brasil imperial ou você era rico ou miseravelmente pobre. Hoje em pleno auge da tecnologia ou você paga por um pão ou morre na rua pedindo um. Como há de se convir, pouco mudou. Este resultado é fruto da falta de políticas públicas e da falta de legitimidade destas políticas no país, antes de tudo da deficiência de educação da população ao sentimento alheio. A legitimidade da política social no Brasil se junta aos montes de descasos e implicações da triste história de desigualdade no país e muitos consideram que uma política autônoma de combate à disparidade social, que seja eficaz, ainda não existe. Fato é que existe uma luz no fim do túnel que começa a se consolidar adjuntos de Programas Sociais sem vínculo com Estado, é o papel das Organizações Não Governamentais, associações sem fins lucrativos e projetos de iniciativa privada que cada vez mais se fortalecem. As ONGs estão fazendo o papel do Estado, ajudando e trabalhando para construir um mundo que todos sonhamos em viver. São Organizações que tem fins de cunho social e que não economizam quando o assunto é ajudar, dar apoio, ensinar e trazer a realidade de uma vida mais digna a um mundo que é esquecido durante três anos e aparentemente achado em “divinas” épocas eleitorais. Existem também algumas Associações que fazem parte de tristes histórias de pessoas humildes cuja dignidade foi retirada por estarem sem nenhuma condição de viver. Associações, projetos e iniciativa privada estão ajudando a construir uma realidade de inclusão de cultura, inclusão digital, oficinas e muitas outras atividades simples que dão um novo rumo à vida de muita gente. Crer em uma realidade que amedronta a população e fazer com que essa seja refém de uma realidade aparentemente apaziguadora (como os grandes condomínios de classe média alta com todo um esquema de segurança e um mendigo que mora debaixo da ponte) contradiz com a liberdade de ir e vir, pensar e falar... Para que lutamos para sermos livres e temos medo de andar com o vidro do carro aberto? Para que lutamos por melhores condições de vida se trabalhamos no sinal aos 5 anos de idade para ter o que comer? Para que lutamos pelos nosso pão de cada dia sendo que na vitrine tem uma roupa que custa mais que um ano de trabalho meu? Quantas discrepâncias a mais irão existir para um basta na hipocrisia social? Talvez os utópicos socialistas estavam em torno do mesmo sonho que me persegue, o sonho de uma realidade, ao menos, igualitária; senão justa. No Portal Uai[1] uma matéria avisava “Brasil levará 304 anos para ter igualdade de país rico”, talvez muitos pensem e podem até comprovar isto, mas será que queremos nos igualar a eles, ou melhor será que eles são tão igualitários assim? Será mais fácil dizer que a voz da sociedade brasileira irá mudar a própria realidade brasileira, ao menos basta sonhar e persistir com o discurso da nova realidade feita pela própria nação através de políticas públicas de interesse de todos e com a ajuda de todos.


Anna Karoline Pacheco Teixeira - karolpacheco@gmail.com
Mais uma coluna minha publicada no site : http://www.turmadodin.com.br/

[1] Brasil levará 304 anos para ter igualdade de país rico – 23/01/06 – Fonte: http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/bbc/213427.html

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